5 Extensão do horizonte de simulação (2019-2100)
Nesta seção, repetimos a simulação para a União, mas até 2100, e não apenas até 2031. O objetivo, evidentemente, não é produzir estimativas de despesa até 2100, mas tão somente verificar a consistência da modelagem. Trajetórias explosivas ou persistentemente decrescentes seriam um sinal de inconsistência, tendo-se em vista os parâmetros adotados. Trajetórias estáveis, ao contrário, seriam um indicativo de razoabilidade da estratégia de simulação, apesar de sua simplicidade.
O gráfico abaixo indica que, no cenário base (sem RA), as despesas crescem a partir de 2027, quando a reposição da inflação volta a ser concedida aos servidores (por hipótese). Após um pico em 2035, caem até 2057. Nos anos subsequentes, a trajetória é estável, ainda que oscilante, no patamar de R$ 100 bilhões. O movimento cíclico, mas de baixa frequência, deve-se principalmente à forma como a reposição do quantitativo – conforme servidores se aposentam e morrem – foi simulada.
Nos cenários com RA, especificamente naqueles sem redução da taxa de reposição por aposentadoria e morte, a estabilidade da trajetória ocorre a partir de 2060, aproximadamente. Somente nos cenários com redução desta taxa é que a trajetória é indefinidamente decrescente, uma vez que a taxa é mantida em 60% ao ano. Evidentemente, tal taxa não deverá se manter no longo prazo, servindo apenas para verificação de consistência da simulação adotada no estudo, como explicado acima.
Fonte: IFI (valores simulados) e SIGA Brasil (valores realizados).
Nota 1: como calibragem, aos valores simulados para servidores estatutários foi somado um valor relativo aos não estatutários e aos policiais civis do Distrito Federal, não cobertos pela base de dados utilizada. Para detalhes sobre a calibragem, veja o texto publicado do estudo, subseção Calibragem.
Nota 2: em nenhum cenário foi acionada a suspensão de progressões e promoções (SPP).